domingo, 30 de novembro de 2014

Dark and rainbow - o arco íris se mistura ao preto?

Confesso que quando vejo adeptos do obscuro usando outras cores que não seja preto, vinho, roxo ou vermelho eu levo um choque! Você consegue imaginar uma gótica de branco? Eu não conseguia, até vê-la...


Portrait by Hilary Keller


Ok, ok...mas e se colocássemos todas as cores? Curiosa que sou, coloquei cor, uma a uma...Fácil: nos cybergoth acho todas as cores neon, verde e azul são muito comuns em trajes de inspiração vitoriana, cores pastel no pastel goth...


Sexy goth girl in blue latex


Mas e todas as cores juntas? É possível?




É sim possível! E o resultado é fantástico!
Carpe diem, carpe noctem, finis est initium.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Os vícios aceitáveis - 2

No post anterior, eu falei sobre vícios e ficou a pergunta: O uso de drogas, álcool e outros temperamentos de abuso são mais aceitos quando a pessoa é alternativa?

Acho engraçado como certos comportamento são associados a alternativos. Mulheres tatuadas são promíscuas, homens de kilt e coturno são machistas, góticos são satanistas e por aí vai. Eu acho graça porque, na cabeça de muitas destas pessoas, alternativos não formam família, só trabalham na noite bebendo até cair com os clientes, ou fazendo parte de rituais satânicos para ganhar dinheiro. 

Gostaria de levar estas pessoas a conhecer algumas pessoas que conheci na vida. Tive uma amiga de faculdade que me revelou ser "da noite" (palavras dela), e eu confesso que nem imaginaria, e ninguém suspeitava. Uma outra tempos depois me disse que ganhava uns trocados na vizinhanças fazendo umas "simpatias daquelas bem malignas" em troca de dinheiro. E de novo, eu confesso que fiquei desconcertada. Ela nunca tinha falado disso e seu visual, seus hábitos, tudo nela definitivamente não transparecia. 

Eu me considero ser uma pessoa de extrema sorte por ter conhecido tanta gente diferente na vida, e ter ampliado meus horizontes desta maneira. Creio que aqueles que nos olham, com nossas caveiras, nossas cruzes, nossos olhos pintados, com nossas tatuagens, pensam muitas vezes que somos viciados em alguma coisa. Tem alternativos viciados? Tem. Tem não alternativo viciado? Tem. Tem pai de família viciado. Tem mulher de negócios viciada. E tem headbanger viciado. Tem lolita viciada. Tem otaku viciado. 

Nos anos 70 e 80, as drogas eram muito difíceis de sair de certos redutos. Quem procurava cenas alternativas, encontrava atreladas a elas drogas sendo liberadas. A necessidade de se libertar da sociedade normal, careta, levava a uma fuga onde o ápice do esquecimento muitas vezes era no fundo do copo ou no fim da carreira branca de pó. 

Músicos eram os ídolos, e os músicos se drogavam. Os anos 70 assistiram Janis, Hendrix, Morrison morrerem. Woodstock foi uma festa regada a ácido. Os Beatles, tão "fofinhos" cantavam os efeitos do ácido.  

Mas as coisas foram mudando. Vícios passaram a ser passaporte para ser descolado. Quem já andou nesta situação sabe o que estou falando. Parece que você não faz parte do grupo, simplesmente por não beber ou fumar, ou cheirar ou se chapar. 

E a medida que a sociedade ia lentamente abrindo seus olhos, vieram os outros vícios: sexo, compras, auto mutilação, internet, jogos. Estes mais sutis, mas perigosos também. Vi uma notícia de um rapaz que morreu depois de jogar Diablo 3 por 40 horas seguidas. Este é o tempo médio de trabalho semanal brasileiro. O que leva uma pessoa a isso? Prazer.

E é este prazer e aquela identificação com o grupo que citei que faz muita gente se viciar em diversos tipos de coisas. 


Eu sei que preciso me vigiar sempre, porque aquela necessidade de chocolate (que muitos achariam um exagero) poderia virar outra. E virou mesmo: durante uma boa época da vida, eu transferi aquele prazer para compras. 

Comprava pela internet que nem louca. Normalmente coisas miúdas - uma pulseira de 10 reais p.e. Mas era o tempo todo! Ficava caçando promoções na China, comprando coisas que nem eram exatamente o que precisava e queria, apenas porque estava barato. 

Estes tipos de comportamento são os mais letais porque são muito aceitáveis. Afinal, se você tem dinheiro para bancar suas compras (e eu tinha) podia ficar horas vendo roupas e outros sem me preocupar com a opinião alheia. Quem poderia dizer alguma coisa?

O que mais me entristece é que está cheio de pessoas percebendo que outra está viciado em algum comportamento mas não sabem dizer até onde aquilo faz mal. 

Eu tinha uma conhecida que era maluca por tirar fotos. Até aí, tudo bem. Mas ela tirava fotos de tudo o tempo todo! Eu não a via participar das conversas, até alguém mandar ela sossegar. Ela nunca aparecia nas fotos também. E claro, era a rainha do selfie. Mas quem pensou em avisá-la que aquilo estava fazendo mal? Ninguém. Nem eu pensei, admito. Ela se defendia dizendo que fazia parte do que esperavam dela.

Quando vejo alternativos usando sua opção por serem alternativos usando isso como escudo, como desculpa para se viciar em qualquer coisa, eu fico maluca. Isso aumenta o estigma, e você dizer "ei irmão assuma que faz isso porque quer, não porque é metaleiro" vira uma guerra. Você vira coxinha, vira careta, vira a mãe do sujeito.

Ele te evita como se você fosse algo nojento.

O caminho de qualquer vício é tão sinuoso e tão complexo quanto um labirinto dentro do mar. Se alguém tenta alertar levando a superfície, cabe a quem decidir nadar de volta assumir. E receber ajuda se precisar. Eu sou gótica, e não há uma lei que diga "góticos tem que beber vinho até ficarem loucos". Mas aquele que for beber, não vou jogar pedra. Mas que não me diga "faço isso porque sou deste grupo", "faço isso porque a sociedade me obriga", faço isso porque é o que esperam que eu faça". Se for uma exigência daquela subcultura, pense bem se você realmente está no lugar certo.  

Nenhuma subcultura alternativa pode exigir que você faça algo que vai te ferir, te chatear, ou te prejudicar sem seu consentimento. Seja se endividar em compras pra manter o estilo lolita; seja tomar ácido para curtir o show de metal; seja fazer sexo com pessoas que você não está afim só porque são góticos; seja cair de tanto beber por ser punk; seja fumar erva porque é grunge; seja pintar o cabelo fantasia para ser otaku. Porque é isso, a imposição de alguns dentro destas subculturas, que nos fazem todo dia lutar para mostrar aos pais, a amigos, a sociedade, que não é porque somos de outra mentalidade que sempre vamos fazer algo que não queremos.

Seja qualquer coisa que for dita, somos antes de tudo pessoas que pensam. Pessoas que tem uma cabeça e que devem sempre usá-la junto de sua vontade. 

E minha vontade não é imposta por ninguém.

Carpe diem, carpe noctem, finis est initium.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Os vícios aceitáveis

Todos somos viciados, ouvi de alguém a muito tempo atrás. O motivo da afirmação: se perguntar a alguém, qualquer um dirá que não consegue viver sem alguma coisa, seja música, chocolate, cinema, sexo...

O engraçado é que usamos o termo vício para muitas coisas. Mas vícios são doenças.

Vício segundo a Wikipédia "é um hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem. Seu oposto é a virtudePorém, em termos genéricos, é interessante a abordagem de Margaret Mead: “A virtude é quando se tem a dor seguida do prazer; o vício, é quando se tem o prazer seguido da dor”. Faltando porém, um detalhe: os períodos onde a dor e o prazer se inserem variam, sendo que o segundo é sempre mais longo e permanente que o primeiro, em ambos os casos." 

Os vícios são divididos em físico, quando a pessoa apresentará sintomas de desabituação quando deixar de usar a substância. comportamental, quando a pessoa viciada provavelmente terá um histórico de ter tentado parar de usar a substância (ou mudar o comportamento) sem muito sucesso. Os sintomas incluem : transpiração, problemas para dormir, agitação física, ansiedade, atitude agressiva e humor alterado.  

Existem vícios hoje que muitas vezes são negligenciados ou até mesmo aplaudidos. Vício em acessar a internet, em tirar fotos e postar, em comprar, em discutir via virtual, em beber, em fumar...

Eu aprendi com a vida, vendo amigos meus se destruírem por causa de drogas pesadas, que o vício não é aquilo que aparece nos filmes: o rapaz começa a deixar de tomar banho, vira ladrão, bate nos outros, tudo por droga. Este estágio é o fim de uma linha longa, que muitas vezes passa despercebida. Conheço viciados que trabalham. Conheço viciados que estudam. Conheço viciados que são casados, tem filhos. 

Vício para mim, depois de conhecer viciados, se tornou a falta de controle em alguma coisa; não interessa se ela faz bem ou mal. A partir do momento que você é controlado por aquilo, você se tornou um viciado. Não faz diferença se é álcool ou internet: se você viaja e não consegue se conectar, e fica nervoso por causa disso, está apresentando sintoma de abstinência.

O problema, no meu ver, é que certos vícios foram banalizados, eles se tornam problema quando causam prejuízo grande. A menina que deixa de comer por estar tão fissurada na net; o rapaz que não sai do jogo nem para tomar banho ou escovar dentes; a mulher que entra todo dia para namorar lojas virtuais, pensando como esconder do marido; o homem que só faz churrasco no domingo se tiver cerveja; os grupos que se juntam para discutir com alguém pela net todos os sábados.

Não estou dizendo que internet, jogos, compras, discussões e cerveja são ruins. Não são. A falta de controle que é. Não conseguir dizer "não" é vício. Se uma pessoas não consegue conceber seu fim de semana sem alguma coisa, já começo a desconfiar. Todos que me conhecem sabem que sempre digo "negação é sempre o primeiro sintoma". Não admitir é um dos fatores que mais via em viciados.

Eu trabalhei no meu estágio com um viciado, quando fiz parte de um trabalho voluntário. Ao meu redor tinha muita gente que fumava maconha, usava cocaína, LSD e todo mundo sabia. Era terrível porque ele já estava num estágio bem desgastante, onde ele me ligava em qualquer horário, se descontrolava fácil. O caso dele foi bem grave. Mas me mostrou os meus próprios vícios.

Eu sou viciada em chocolate. Eu era terrível: já saí de madrugada para comprar. Ficava louca se não tinha em casa. Doce para mim era só com chocolate. Comia de manhã, de tarde, de noite. Trocava refeições por ele. Isso é vício, puro e simples.

O vício me acertou em cheio quando comecei a suspeitar que tinha Síndrome do Intestino Irritável (que depois se mostrou problemas com glúten). Eu tive de cortar todos os alimentos com açúcar refinado, gordura, leite. Chocolate só em pó, e só com leite de soja. Sem açúcar.

Foi um inferno. Eu tinha sintomas físicos - dores de cabeça, humor intragável, na TPM arremessei copos no meu ex. A médica que me atendia teve que me dar remédios para controlar meu temperamento, e só assim aguentei 6 meses sem ele, até parar de ficar louca.

Quando pude voltar a comer, eu tinha ajudado o viciado de quem falei acima. E já tinha consciência do que tinha acontecido e do controle rigoroso que deveria ter sobre o chocolate. Sabia que não poderia transferir para outra coisa. Sabia que ia ter de ficar de alerta. O pior que eu comentava sobre este meu vício e as pessoas acham graça. Ignoravam que quebrar coisas, discutir com pessoas, sair de madrugada era perigoso, e portanto este comportamento não era saudável.

O mais maluco foi que comecei a ver os sintomas deste meu vício em outras pessoas, mas de formas diferentes. Compras, p.e. Pessoas que saem e não voltam sem sacola. Não conseguem sair para conversar, precisam entrar e comprar, nem que seja uma lixa de unha. Ou pessoas que sacam seus celulares e saem loucamente pelo Insta e Face, te deixando sozinho na conversa, sem conseguir desligar.

Será que o mundo anda tão louco assim ou eu estou vendo demais?

Querer é poder, já se dizia. Mas quando querer tanto deixa de ser poder e vira escravidão?

E o que mais me enlouquecia era sair na galera alternativa, ver a pessoa se viciando e a discussão começar: alternativos podem ser drogados. Podem ser alcoólatras. Podem ser ninfomaníacos. 

O uso de drogas, álcool e outros temperamentos de abuso são mais aceitos quando a pessoa é alternativa?

Mais pensamentos sobre isso no próximo post.

Carpe diem, carpe noctem, finis est initium.


domingo, 23 de novembro de 2014

O pré julgamento que não queria ter

Eu tenho 31 anos. Casei a pouco tempo. Passei boa parte da vida morando sozinha. E sempre curti.

Por morar sozinha durante a universidade, muitas vezes fui tratada como uma mulher fácil e promíscua, que tinha uma vida sexual completamente descontrolada e sem nenhum critério. Parece que na cabeça de muitos um universitário (ou universitária) que não divide apartamento com alguém é alguém que quer bagunça, seja para fazer festas loucas, seja para levar lá a maior quantidade de parceiros que conseguir. Não passa pela cabeça que a pessoa precisa da solidão para se sentir bem.

Entretanto, a medida que o tempo ia passando e os anos também, as cobranças começaram a ficar diferentes. Não era mais "você mora sozinha? vamos aproveitar e fazer bagunça!" para "você mora sozinha? não quis se amarrar?". Depois de uma certa idade, um preconceito velado e sinistro começa a tomar conta: de que você está passando da idade de casar, de formar família. Apesar de ter tido mudanças - agora as mulheres vão para universidades, então a idade "aumentou" - a pressão ainda é enorme.

Mas eu não dei bola. Nunca liguei. Sabia que deveria me amarrar com alguém com quem realmente partilhasse interesses, não por estar passando da idade. Se por um lado é cruel pensar na mulher tendo filhos somente até certo ponto da vida, por outro lado se unir a alguém por desespero é tão cruel quanto.

Entretanto, existe um preconceito ainda mais velado, e mais danoso, que não é discutido, que passa por pena. O preconceito contra quem está solteiro depois dos 40.

Seja por ter se casado e se divorciado, seja por não ter encontrado alguém, seja por simplesmente querer ficar só. As pessoas sozinhas, homens e mulheres, sofrem estigmas terríveis.

Quando assisti ao filme Clube das Desquitadas, eu vi uma cena que me tocou fundo. A personagem de Bette Midler está enfrentando um divórcio, e vai jantar sozinha em um restaurante cheio de famílias. Assim que ela se senta, o garçom pergunta se ela está sozinha, e diante do sim, começa a tirar os talheres e o prato do outro lugar da mesa, que está vazio. O estardalhaço na cena constrange a personagem - e a mim também. Porque já ouvi dúzias de histórias iguais a estas.

Mulheres indo sozinhas a um restaurante e o garçom não lhes atendendo porque esperava a companhia dela chegar.
Homens em bares sozinhos bebendo e as piadas do "abandonado no fundo do copo".
Mulheres indo sozinhas ao cinema e homens tratando-as como lixo, mandando-as trocar de lugar porque estavam sozinhas.
Homens indo sozinhos a uma floricultura e a atendente perguntar "é para sua esposa?", e na negativa a mulher concluir que o homem era gay.

O pior é que eu tenho este sentimento amargo dentro de mim também. Quando vejo um homem sozinho jantando, de idade acima dos 40, penso "será divorciado? tem filhos? tem amigos? por que está sozinho?". Não passa na minha cabecinha que ele está sozinho por opção. Eu fico com pena, com dor no coração, sentindo uma tristeza enorme...Sem nem pensar que talvez seja opção.

Talvez isso acontece porque ouvimos muitas histórias de pessoas deprimidas por se sentirem sozinhas. Nossa sociedade cobra tanto que tenhamos pessoas o tempo todo a nossa volta, que quando uma pessoa não está com alguém, ela é obrigada a se sentir deprimida, um párea da sociedade.

Em muitas subculturas, a solidão é vista como um refúgio da sociedade opressiva que vivemos, um lugar onde podemos ser nós mesmos. Acho que por isso tantos se identificam. Por que simplesmente não podemos aprender a nos sentir confortáveis com nós mesmos? É legal compartilhar a vida com alguém, mas não é lei ou obrigação!

Eu não admito preconceito, e chego ao ponto de me punir por também pensar deste jeito, de ter este estigma com o solteirismo. Com tantas questões importantes no dia a dia para lidar, é justo que as pessoas sozinhas carreguem mais esta? Não posso olhar para a pessoa sozinha no bar e pensar "uma pessoa sozinha" e ponto? Querer conhecer não por pena da solidão, mas por interesse na pessoa?

O que mais me assusta é que nas subculturas tem gente que usa as escolhas da pessoas como justificativa para jogar pedra. "Tu tá sozinho porque escolheu ser punk!", "Teu visual não atrai os góticos, porque você não tem cabelão!", "Sua forma de pensar é que mantém as pessoas longe de você dentro da galera!". Se alternativo sofre preconceito, imagina alternativo solteiro com mais de 40 anos! Argumentos vem de todos os lados, ninguém pára para escutar. Alguém pára e pensa que a pessoa é mais que um alternativo solitário, é apenas uma pessoa que gosta de ficar só?

Eu recomendo a leitura deste texto e deste aqui. Quem tiver mais sugestões mande nos comentários, vou curtir muito.

Carpe diem, carpe noctem, finis est initium.

sábado, 22 de novembro de 2014

Roxo, mafioso e militar no calor

Ah o calor...eu detesto calor!

Minha pressão oscila, minha mente fica confusa, minha boca e nariz ficam ressequidos. Suor, enxaquecas, e um monte de outras coisas voltam para me assombrar. Se eu fosse Deus por uma hora, faria a humanidade ser notívaga no verão e diurna no inverno hehehehe

Bom, no calor eu preciso de duas coisas: filtro solar 50 e sandálias (meus pés incham). Só que no pé direito, com a órtese, não é nada fácil usar sandálias...então muitas vezes uso sapatilha neste pé e sandália no pé esquerdo. Adoro usar um sapato de cada hehehe

Se você veio pelo MdS, já deve ter visto este visual. Quem mistura saia tingida em casa, cinto militarista, chapéu "de mafioso", regata da Riachuelo e sandália gladiadora no mesmo dia? Eu!




Esta saia era branca e comprei na Havan. Eu usava para trabalhar (já que tinha que ir de branco ao laboratório) e levava um par de tênis na bolsa para colocar lá dentro (é norma proteger os pés com sapatos fechados). Mas depois que saí do lab., eu tingi ela de roxo, em casa mesmo. Estas manchas são de falhas, onde tinha contato com produtos químicos que alteraram as fibras do tecido. Esa saia tem história!

A regata é básica e de algodão. O cinto peguei na Renner um dia que estava perdendo as calças (sério), e foi graças a ele que descobri que quando estou apurada com alguma peça de roupa (que rasgou, está caindo, ou está frio demais), é a melhor hora para ir na Renner. Acho coisas em promoção que uso muito! Mas só se for nesta circunstância! hehehehe

O chapéu comprei em Poa e foi graças a minha sogra, que insistiu que eu provasse. Isso porque meu cabelo é grosso, e chapéu nenhum pára nele. Este serviu, e como tem sido útil!

De acessórios, uma pulseira cinza que eu fiz, relógio de sempre, bolsa de couro sintético que já apareceu aqui. Nos pés...



Momento da pose sensual


No pé esquerdo uma sandália baixinha preta. No pé direito sapatilha preta básica e meia 3/4 para proteger do atrito pelo calor. 

E lá fui eu passar um batom amora, me besuntar de filtro e sair ao brilho do astro rei.

E você? Como sobrevive ao calorão?


Carpe diem, carpe noctem, finis est initium.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Organizando o guarda roupas - uma experiência com o Homy Fads

Eu sempre fui uma pessoa organizada no quesito "guarda roupas". Minha mãe era obcecada por organização e acabei herdando isso. Eu sempre lia que separar as coisas por uso, seja roupas ou livros, seja sapatos ou vídeos, é melhor para uma vida mais produtiva, com menos tempo perdido.

Eu senti na pele como é perder tempo em bagunça. Quando eu era adolescente, uns 14 anos, eu passei por uma situação bem chata. Tinha um encontro marcado com uns amigos, e separei a roupa que ia vestir: uma blusa vermelha, meus amados coturnos, uma calça de veludo (era frio). E lá foi eu para a ducha.

Quando saí dei de cara com minha mãe, com cara de poucos amigos...
"Que raios de roupa é essa?"
"Ué...blusa, calça, sapato..."
"Blusa, sapato e MINI SAIA, D. Patrícia...nestes trajes você não sai!" (Naquela época, usar uma mini saia com coturnos de noite, só depois dos 18...pelo menos era assim lá em casa...Aliás, saia só em companhia da família até os 18).

Resultado da peleja: fiquei de castigo, perdi um festão (tenho fotos da festa guardados até hoje, todo mundo que eu conhecia foi), por pegar uma peça de roupa errada no monte de bagunça do meu guarda roupa...

Depois disso, eu fiquei obcecada por arrumar guarda roupa. Separava por cor, estação específica (primavera, verão...), e uso. Mas a vida foi ficando mais corrida, tempo escasso...Aí arrumo hoje só por estação (verão ou inverno).

Só que isso começou a me dar problemas. Eu tenho coisas acumuladas no guarda roupa de anos, e esqueço de itens que estão lá sem usar. A gente sempre tem aquele item que usa mais, e acaba deixando uns de lado. Isso me fazia comprar coisas parecidas, e é frustrante. Afinal, se já tenho um relógio, por que comprar outro?

Eu até fiz tabelas com o que tinha, mas não funcionava. Não era prático. Fotos em pastas gastava muito tempo. E fui deixando de lado a ideia, até saber que tinha aplicativos de organização no celular...


Só uma amostra da Play Store...

O problema é que este aplicativos sobrecarregam a memória do celular, e muitos acabam travando. Preferia algo no computador, algo que fosse mais leve...E achei o Homy Fads!


O programa é fácil de usar, mas exige paciência. Você fotografa todas suas roupas, acessórios e outros que acha importante mostrar no programa. Você carrega as fotos, cria tags para as pastas (na figura é a pasta anéis. Cada pasta tem tags específicas) e salva. Quando precisa de algo específico (algo para a noite p.e.) você pesquisa e ele mostra tudo que você tem nesta tag.


Aí meus dias ficaram muito mais fáceis. Eu digito na barra o que preciso, vejo as opções, monto dois looks ainda de noite, e de manhã escolho entre um dos dois. Levo pouco tempo e consigo me decidir rapidamente. Mas isso só funciona se tiver comprometimento; afinal se mudar de ideia sobre a roupa, vai levar tempo que faz falta para outras coisas, enquanto se decide...

O bom deste programa é que você monta suas tags, e quanto mais específico melhor. O ruim é que você precisa fotografar tudo e salvar numa pasta a parte, e conferir se todos os itens estão lá...nem sempre ele mostra o item, mas está salvo na pasta dentro do programa. É só deletar da pasta e recolocar ele no programa. Também não dá para montar o look - você precisa visualizar.

Com o Homy Fads, comecei a ser mais crítica com compras. Se eu tenho o item ou um parecido, para que comprar outro igual? É também com para desentocar peças que estão sumidas do uso, mofando no guarda roupa. Odeio consumismo desenfreado! Saber consumir, reciclar, dar novas funções a peças é protestar contra este mundo do "preciso comprar tudo e agora".

Recomendo muito, é muito prático. E ocupa pouco espaço no HD.

Você também tem problemas com organização de guarda roupa? Conte-me mais...

Carpe diem, carpe noctem, finis est initium.

domingo, 16 de novembro de 2014

Meia calça, este mistério (2) - o verão e o trabalho

Olá!

Comentei dias atrás como tenho problemas e fascínio por esta peça do guarda roupa feminino/masculino. Masculino??? Sim! Veja este vídeo (hilááááário) contando a história resumida desta peça:


Eu tenho pesquisado sobre usar meias calças no verão. Se você pesquisar, vai ter vários manuais dizendo que deve usar meias calças cor de pele, sem ponteira. Meias opacas são para o inverno. E só. Não encontrei muita coisa diferente.

Usar meia calça no verão é algo que, para muitas, se torna essencial quando se trabalha sob o ar condicionado. Muitas já experimentaram a sensação de inchaço nas pernas, e algumas meias ajudam a comprimir suavemente e aliviar o desconforto. Além disso, calor e roçar de pernas podem causar assaduras, que a meia calça diminui.

Usar meia cor de pele é fácil. Mas eu queria algo mais soturno e com personalidade. Meias pretas bem finas resolveriam...então fui atrás de inspirações:

1

2

3

4

Mas ainda não estava satisfeita. Queria umas meias com personalidade, com cara de "uau!" mas sem exagero. Um desafio daqueles.

Eu comprei uma meia numa liquidação suuuuper boa que de cara me pareceu uma solução. Ela é toda diferente, por isso gostei tanto dela.

E lá fui eu...Em um look de trabalho:

Não sou boa para fotografar, é fato. Mas eu tento hehehe

A meia é confortável e nada quente. Resistência média a baixa. Como ela tem uma faixa lateral preta, ela chamou a atenção. Terei de usar para trabalhar com uma roupa beeeeem básica para não distrair ninguém. Afinal, quando se trabalha com a atenção das pessoas, você quer que elas prestem atenção no que você diz, não nas suas pernas. Engraçado porque imaginei que ia passar por uma meia qualquer. A saia tem uns 10 anos de história, e agora com tachas na lateral que eu mesma coloquei, uma a uma. A blusa é de helanca roxa, com um franzido leve na região dos seios. Como acessórios, meu relógio de gato, brincos de gota pretos, sapatilhas pretas e a bolsa do laptop, onde coloquei uma corrente que era do meu marido hehehe

Ainda não estava 100% satisfeita. Já estava desistindo quando tive uma inspiração bem legal. Mas esta fica para outro post (só para aumentar curiosidade).

Até breve!


Carpe diem, carpe noctem, finis est initium.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Preconceito no mundo alternativo - de dentro para fora (2)

Olá!

Este post é uma continuação deste post. Ele veio de muita observação, mas também da valiosa contribuição da Rubia, da Sana e da Leane, que com seus comentários me deram muuuuuiiiiiiiiii(uff uff)iiiiiita coisa a ler, ponderar e pesquisar. Obrigada meninas!

No post anterior, comentei sobre como era estranho a cena alternativa ter preconceito dentro dela mesma. Eu cresci numa era que estava de "ressaca": os anos 70 eram dos meus pais, os anos 80 para nós eram a Xuxa, a Angélica e o Sérgio Malandro. Rock era o Supla cantando "Pisa em mim" e ouvir A-HA. A música, a cultura, os excessos dos anos 80 eram para nossos tios, ou irmãos mais velhos, e quando chegamos na adolescência o mundo estava saturado, ansiando respirar, perdendo ídolos para estes excessos. O rock ganhou peso, os clips ganharam a MTV. Transgredir era a norma.

Na minha adolescência, lembro muito bem como era ser de um grupo: havia código de vestimenta, de conduta e pensamento. Para meninos e meninas recém saídos da infância, eram um porto seguro. E nos segurávamos no grupo porque sem ele não tínhamos referência, acabávamos sozinhos. Só que esta dependência criava uma exclusão também. Vi muitas pessoas ficarem sozinhas por simpatizarem com o grupo, mas como não seguiam tudo a risca, não eram aceitas 100%.

Isso foi acontecendo perto de mim até meados de 1997, 1998. Não sei bem dizer o que fez estes anos ficarem marcados na minha cabeça. "Meus heróis morreram de overdose", outros ídolos tinham vindo, a cultura dos grupos mudou, a Internet popularizou. O que era de difícil acesso, só por livros, fita cassete ou no boca a boca, agora estava indo para a net. Começamos a conhecer outras pessoas que também gostavam do que gostávamos, mas eram diferentes de nós. Isso abriu horizontes, e jogou muito preconceito na lama.

Os anos passaram, eu mantive contato com aqueles "de sempre", os mesmos amigos da cena, e da não cena. E quando voltei a ir atrás do que estava acontecendo, comecei a pesquisar, me surpreendi. De um lado, o sonho de várias tribos em uma turma, todo mundo se comunicando e se respeitando. De outro, segregação e preconceito mantidos contra outras tribos. 

Ou seja, mudou muita coisa, mas não foi em todo lugar.

Lendo sobre subculturas e moda alternativa (Diva Alternativa também como blog de cabeceira), percebi que minhas concepções eram muito frágeis, mas eram coesas. Eu estava usando minha própria experiência, mas errei ao ampliar ao mundo todo. Eu fui aceita em quase todas as cenas alternativas que me misturei: tentei ser hippie, clubber (e ao mesmo tempo, imagine a bagunça!), rocker, metaleira, grunge, até uma fase punk pesado. Me identificava com coisas de cada uma destas tribos, mas nem todas. Se por vezes parecia leviana, ao não me manter em uma tribo só, por outro lado penso na maravilha de conhecer todos os lados, ver de dentro para fora um pouquinho de cada tribo. E ter sido aceita. Acredito que nem todo mundo deve ter sido aceito deste jeito.

Engraçado como a concepção de alternativo mudou, e eu fiquei para trás em algumas coisas. Para mim, alternativo é se contrapor a uma imposição que se baseia em uma regra, que se choque com que você acredita. Quem é vegetariano para mim é alternativo, quando faz isso por ideologia. Quando pára de comer proteína animal para emagrecer, eu já tenho problemas em dizer que é alternativo. Na minha geração 80-90, ideologia era algo vital na cena. Pelo menos nos grupos que andei.

Se ser alternativo é vestir-se, pensar, agir contra as imposições que se chocam com sua ideologia, é óbvio que vai ter pessoas que vão adotar uma vestimenta alternativa, mas não são alternativos - fazem isso por diversão, por que não? Errei ao pensar, por exemplo, que toda lolita segue código de conduta "lolita lifestyle". Embora minhas pesquisas (12, 3, 4, 5 e muitas outras) mostraram defensoras ardentes deste código, também mostraram que não é um consenso na cena lolita. Como também não há no grunge, no metal, no punk...

Hoje em dia, muita coisa que era característico de um grupo de subcultura não é mais. Sidecut era algo que vi em punks e na Cindy Lauper, hoje vejo em muitos lugares. Cabelo colorido fantasia era coisa de louco; hoje temos aos montes. Eu tive que fazer uma limpeza de HD mental para perceber isso, tamanho o isolamento que mantive da cena por um longo período. E se o mainstream pegou para si, é algo que me faz ver também que erro muitos vezes ao ver uma pessoa alternativa e ela ser alternativa de fato. O que era alternativo ontem não é sempre alternativo hoje.

Pensamentos de uma pessoa que nasceu em outra era e pensou que coisas tinham mudado. Mudaram, mas não tudo hehehe

Falando de cabelo colorido, me veio uma história característica. Eu sempre estou de olho na rua procurando por pessoas para fotografar - afinal, na internet já tem, mas quero gente de carne e osso. Mas muitos poucos eu consigo fotografar, porque não tiro foto sem pedir autorização (ué, tem gente que não curte, eu vou respeitar). E aí perco a chance de fotografar alguém com um visual que me instiga, mas fazer o que? 

Enfim...dias atrás vi uma senhora idosa com o cabelo todo branco na parte de cima, e todo roxo (roxo mesmo!) na parte de baixo. Achei fantástico, e comentei com quem estava comigo. A pessoa respondeu "todo mundo que é alternativo hoje tem que ter cabelo colorido".

Ai os rótulos...Tem que ter...eu fico parada, inerte em ações, mas fervendo por dentro, frente a um rótulo destes. Pelas minhas pesquisas, o "tem que ter" está em todas as áreas: lolitas tem que ter roupas caras e acessórios de certas marcas, punks tem que participar de briga, metaleiro tem que ter cabelo comprido, grunge tem que ter uma banda...

Vem cá, quem disse? Eu adoraria pintar o cabelo de umas cores loucas, mas tenho alergia. E isso me faz menos alternativa?

Conheço metaleiro de cabelo curto.
Conheço lolita que não tem grana e se vira, vai em brechó e improvisa.
Conheço punk que conversa de igual para igual com hippies.
Conheço grunge que não bebe, não fuma e não tem banda.

Isso me parece, sinceramente, uma falta de auto estima. E de minha parte mesmo. Parece uma aversão, que ver estes rótulos é quase uma ameaça ao meu jeito de pensar e ser, como se fossem direcionados a mim.

Se me sinto agredida por estas concepções, em parte pode ser que elas estejam erradas? Pode. Pode ser que seja um erro meu, que me importo demais, que visto uma carapuça que eu mesma estou costurando? Pode também.

No fundo, ser alternativo, vestir-se alternativo, pensar alternativo é algo tão amplo, que eu mesma acabei rotulando...


Carpe diem, carpe noctem, finis est initium.

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