Gosto de dar pipoca para os peixes do lago, e vê-los disputar com os patos.
E ainda mostro, rindo de boca aberta, para os que estão ao redor.
E eles ficam me olhando sem entender a graça.
Gosto de tirar fotos fazendo careta, e não apaga-las.
Que graça tem apagar? Não quero.
Quero ver minha cara tentando imitar um rei, um pombo, uma árvore.
Tiro fotos no ônibus, na escada, no elevador, na cama.
Como picolé e me lambuzo toda,
faço birra por um cajuzinho,
não quero sanduíche, quero feijão!
Mas quero o brinquedo que vem de brinde.
Eu fecho os olhos quando o vento me balança os cabelos
A ele dou bom dia e peço mais
Se vou num balanço tento ir mais alto possível
E quem olha não sabe mais quem são as crianças ali
Encontro um amiguinho na rodoviária
E vejo os olhos sapecas de quem quer brincar
Em poucos minutos nós vimos que na mala tem uma linda princesa,
escondida, querendo voltar para seu reino de algodão
Olho nuvens e penso em anjos
Olho chuva e penso em lágrimas
Mas depois penso em lavar o chão do céu
Olho Sol e penso em mar
Falando em mar, eu entro quando está frio
Ignorando pneumonia e outras ias
Entro de roupa em piscina
Jogo shampoo na banheira e depois não consigo entrar nela
Converso com pombas
Peço licença ao colher rosas
Brigo com o cachorro como se ele entendesse
E rezo antes de dormir, pedindo bons sonhos.
Se não sou criança, nem sou louca, então...sou apenas viva.
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