Primeiro projeto do Geração X Rock Blogs, e proposto pela Sana Insana!
Um post-reflexão: Estamos no meio de 2 grandes gerações super ativas e que sacodem o mundo: os Boomers e os Millennials.
A Gen X é também chamada de Geração Apática, considerados jovens sem identidade e com um futuro incerto, indefinido e hostil. Criados na frente da TV, pessimistas, cínicos, indiferentes, desesperançados... enfim, somos considerados muito zuados. Depressão, ansiedade, desordens alimentares são comuns nas pessoas da nossa geração.
A Víven deve lembrar da letra do Renato Russo: "Poderiamos mudar o mundo, quem roubou nossa coragem?". Acho que a frase representa bem a "desmotivação" típica da geração. Nossa dificuldade de levantar a bunda pra fazer alguma mudança forte... em linguagem vulgar: apertamos o phoda-se pra tudo e viramos as costas.
Então esse post seria algo como, se lembrar de como você era quando adolescente e se era mesmo uma pessoa apática (ou não!) e depois trazer isso pra atualidade: você ainda é apático? Mudou? Nunca foi apático? Seus amigos/colegas da mesma faixa etária tem apatia?
Ah a adolescência...época de levar muito tapa na cabeça! E nem sempre dos pais, dos professores, da diretoria! Às vezes, dos amigos. Outras, de você mesmo.
Pensei em muitos dias e noites sobre o que escrever neste post. Isso porque o assunto em questão é longo, detalhado e quero ser o mais sincera possível, o que vai levar muitas palavras. Não posso falar de uma geração e do que vivi sem falar de como foi a minha adolescência, como foi o convívio com outros e as minhas impressões.
Pensei em muitos dias e noites sobre o que escrever neste post. Isso porque o assunto em questão é longo, detalhado e quero ser o mais sincera possível, o que vai levar muitas palavras. Não posso falar de uma geração e do que vivi sem falar de como foi a minha adolescência, como foi o convívio com outros e as minhas impressões.
O ano X da minha vida pós infância foi 1994. Dei meu primeiro beijo; tomei meu primeiro porre; mudei de cidade - passei a morar numa capital - e meus horizontes de criança se desmancharam. Eu não era mais uma moleca que subia em árvores, de saia e shorts por baixo, ouvindo as freiras gritarem. Não. Eu era uma moça com corpo formando, usando sutiã sob medida porque não achava do meu tamanho, e com estampa do Mickey, para não parecer adulta demais. Entrava na vida escolar sofrendo bullying: fala de caipira, corpo de moça usando roupas com ar de criança, sendo obediente aos pais, quando a ordem era fumar, beber e chocar. Ouvindo rock pela primeira vez, e querendo ser eu mesma. Mas quem eu era?
Alguns eventos desta época me marcam. O dia que fingi fugir de casa, só para deixar minha mãe doida de susto. O dia que ela pegou o maço de cigarros que alguém guardou na minha bolsa, ao voltar de um show (primeiro show de rock da minha vida!), mas depois descobriu que eu fumava (e da-lhe mijada!). O dia que briguei porque não queria me vestir mais como ela, queria ter minhas roupas, como as minhas amigas! O dia que falei "me deixe viver! Não quero só sobreviver!". O dia que quis me drogar, sabia onde tinha, mas achei aquilo estúpido demais e deixei de lado.
(Enquanto digito, choro).
Tive sorte de ter pais que, para a época, eram bem diferentes: meu pai era rigoroso, mas quando eu abria a boca e falava o que realmente se passava, ele confiava e me dava crédito. E minha mãe sempre me entendia, embora nem sempre aceitava.
Passei uma adolescência pesada, por questões que, para proteger os envolvidos, não abro aqui. Só posso dizer que soube amadurecer, interiorizar e tentar aceitar o lado dos outros, sem julgar. Quando cheguei aos 17, as circunstâncias mudaram drasticamente: passei a morar sozinha, e aí me libertei de muitas ideias pré concebidas. Experimentei vidas, pessoas e atitudes improváveis. Foi um ensino difícil.
Se tentava mudar o mundo? O tempo todo! E levava cada uma! Eu defendia todo mundo no colégio que era desajustado, rejeitado, sem amigos, idealistas. Não entrava em briga física, mas se entrava pode acreditar que era por justiça! Me metia em todos os grupos, curtia punks e patricinhas, clubbers e rockers, hippies e grunges. E sempre fui assim. Se sofri? Muito! Ser rejeitado pelos pais e adultos era normal, esperado até. Sofrer rejeição dos amigos...aí era doloroso. Acho que aí entra a frase do Renato, citada acima. Quem roubou nossa coragem? No meu caso, penso que foi meus amigos! Por incrível que pareça! Manter a opinião quando você quer ser aceito pelos seus, ser amado pelos seus, numa época que a opinião de seus amigos vira um dogma...é tenso!
Influência de mídia era forte. Lembro de ver "Confissões de adolescente" e me identificar. Ali, falavam sobre como identificar suas personalidade. Aí assistia Malhação...e parece que faltava alguma coisa. Parecia que aprendíamos que lutar dava muito trabalho. Melhor era desistir. Eu era do meio: negociava. Comia pela beirada. Achava que, aos poucos, sairia da panela. Dois passos para frente, um para trás. Claro que, quando você é jovem, imediatista, isso pode dar conflitos sérios com quem está ao seu redor. "Conformista! Desistiu! Falsa! Lute contra o sistema!". Car***o, será que não posso fazer como eu quero?
O pior é que até hoje acontece destas.
E foi neste contexto que comecei a tentar enxergar além. Mas isso falo em outro post.
Carpe diem, carpe noctem, finis est initium.
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