A sétima arte é apreciada por muitos, mas nem todos entendem algumas peculiaridades retratadas no cinema. A Vívien Patrícia Garbin trouxe a ideia de falarmos sobre filmes com gente "contra a maré". A proposta é simples, cada participante irá propor um filme que tenha a temática ou personagens que não são bem vistos pela grande maioria, são considerados "esquisitos". Os filmes podem ser de qualquer década. Cada uma irá escolher um proposto por outra blogueira e fazer uma bela consideração/resenha sobre o filme. Com certeza iremos ter a oportunidade de assistir filmes novos e inusitados.
Para mim caiu "Garota, Interrompida", e fiquei meio que petrificada. Este é um filme que me dói ver. Sério. Eu mesma, muitas vezes, me peguei olhando para anúncios de clínicas "de descanso", ou comunidades alternativas totalmente isoladas, e pensava "como seria ir a um lugar do mundo totalmente diferente do meu? Será que sou louca, por falar comigo mesma, por dançar sozinha na rua, por querer diferente? Ser[a que sou louca por me pegar querendo morrer, ás vezes?". E ver este filme me respondeu algumas coisas.
Em 1967, após uma sessão com um psicanalista que nunca havia visto antes, Susanna Kaysen (Winona Ryder) foi diagnosticada como vítima de "Ordem Incerta de Personalidade" - uma aflição com sintomas tão ambíguos que qualquer garota adolescente pode ser enquadrada. Enviada para um hospital psiquiátrico, ela conhece um novo mundo, repleteo de jovens garotas sedutoras e transtornadas. Entre elas está Lisa (Angelina Jolie), uma charmosa sociopata que organiza uma fuga.
Cartaz do filme com as duas estrelas, Winona e Angelina, que ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.
Acho que a primeira coisa que me machuca neste filme é quando o psiquiatra pergunta se ela tem noção do quanto as atitudes dela magoam as pessoas.
O filme mostra, para mim, como a depressão era tratada mal nos anos 60, uma época de choques entre contestar e se deixar levar. E ser diferente era ser louco. Para quem já teve um contato tão íntimo com a morte, como eu, ela passa a ser uma inimiga, mas que é desejável quando o desespero vem, e toma suas mãos, e te empurra na direção de uma abismo. Mas o que acredito que este filme mostra é que nem sempre o abismo é nosso. Ele pode ser da sociedade. Ele pode ser nosso porque queremos depender dele. Ele pode ser de outro, e me agarro a ele como desculpa. Quando você enfrenta o abismo, você o domina. É algo tão profundo, que desafio alguém que pelo menos uma vez na vida não se sentiu assim.
As atuações de Angelina, Winona e Britney estão impecáveis, e a de Whoopi me leva aos soluços fácil fácil. Um filme doloroso, mas tocante e cheio de esperanças. Algumas vazias, outras nem tanto.
- "Alguma vez você já confundiu um sonho com a vida real? Ou roubou algo que você tinha dinheiro para pagar? Alguma vez você já ficou triste? Ou pensou que o seu trem estava se movendo mesmo que ele estivesse parado? Talvez eu fosse louca mesmo. Talvez fossem os anos 60. Ou talvez eu fosse apenas uma garota, ...interrompida."
- - Introdução do filme, dita pela personagem Suzanna.
- Veja os posts de quem mais participou (vou atualizando conforme forem publicados):
- Femme Toilet
- Creepy Beauty
- Nighght
- Vida de tinta
- Carpe diem, carpe noctem, finis est initium.
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