Ano passado, depois que fui no Goth-nic, eu voltei bem insatisfeita com as fotos que fiz lá. Eu estava muito fora do que eu acho confortável para mim.
Acho maravilhoso hoje termos a liberdade de escolher quantos quilos queremos pesar. Ainda não chegamos a um ponto de a sociedade aceitar completamente a imagem corporal de outras pessoas (veja aqui o que aparece quando pesquisa-se "mulher sofre gordofobia"), mas já sabemos que muitas mulheres se olham no espelho e gostam, independente do tamanho do quadril delas (já viu o blog da Nadia Aboulhosn? Dá uma olhada...).
Mas eu não estava contente com o que vi. Não só por uma imagem, mas por principalmente saúde: eu não posso pesar além de um certo peso, porque isso prejudica minha mobilidade (minha sensibilidade nos pés ainda sofre reduções) e eu preciso facilitar o trabalho da circulação das minhas pernas. E sobrepeso prejudica muito isso. Fora que comer muito açucar, fritura e bobagens a noite é muito perigoso. Para todo mundo. Sempre serei grande, e isso não incomoda. Incomoda sentir dores nas costas e pernas e ficar sem folego.
Então decidi fazer reeducação alimentar. Dieta não. Isso não funciona comigo. Eu vou detalhar o que fiz na reeducação alimentar, como convivo com ela durante o período menstrual e como de 94kg já passei a 90kg, com deslizes e chocolate inclusos. Mas falo disso outra hora.
Porque agora quero te perguntar: O que você acha do plus size?
Eu sempre me pego pensando se o plus size passou a ser de fato aceito ou se não é golpe para ganharem mais dinheiro. Porque se de fato fosse um corpo aceito, não seria mais caro nem diferenciado.
Reparem que depois de muita crítica e súplica, muitas lojas começaram a ter roupas plus. Mas as coleções não são as mesmas que as demais roupas da loja. Então uma mulher como eu até gosta de uma roupa da vitrine, mas não encontra aquela roupa no tamanho. Ou encontra o mesmo tecido e estampa, mas em outra modelagem completamente diferente, que não favorece. E isso pode ser algo depressivo, pois você se sente parte de um grupo a parte.
Entendo que falem que a modelagem de uma roupa plus é diferente. Eu entendo um pouco de costura, então eu consigo perceber se isso acontece ou não e para quais tecidos isso ocorre. Jérsei é um tecido revelador, dependendo da modelagem, mas favorece muito no modelo certo. É questão de técnica correta.
E muita loja também entra numa onda de cor, modelo ou estampa sem alegria nem personalidade. Isso é muito ruim. As magrinhas podem usar cores, e as gordinhas não? Só usam preto? (bom, eu sim, mas e as nossas irmãs?)
Roupas de uma coleção para mães de uma conhecida rede de Fast Fashion. Fonte aqui.
Ainda bem que hoje muitas lojas bacanas vendem roupas plus com personalidade. Estampas marcantes, cores chamativas...Mas as grandes redes, onde muitas mulheres encontram suas referencias ou preços que podem pagar, acabam caindo nas armadilhas que listei acima. Embora NUNCA vejo roupas plus size de alfaiataria (camisaria então, nunca vejo...), há boas possibilidades. Mas a pergunta é: as lojas estão pensando na auto estima das mulheres, ou no gasto de um grupo de clientes em potencial que sempre foi ignorado?
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